Ópionão, Povo

O olhar e não saber,

Não nos leva sempre a crer,

Mas é fácil afamar.

Diz-se "crer é importante,

Mas é coisa de ignorante."

"Fé: Limite para pensar."

Eu creio num crer maior,

A montante do pastor.

Consciência, obra e fé,

Uma trindade que aceito.

Acção com causa e efeito!

Já não ópio, mas café!

No Natal

Três dias após a morte

A luz invadiu o breu.

Valores lançados à sorte.

Mas sorrio, o Sol nasceu.

No fumo de um narguilé

Fonte: Art Insitvte Chicago

Numa miragem difusa,

Seu beijo me apaixona,

E faz de uma semifusa

A eternidade matrona.

Me induz em liberdade,

Errar letras e querer

Recriar toda a verdade,

Sem saber, sequer, escrever. 

Que caminho caminho?

Fonte: Open Clipart

Num mundo líquido e cheio

Onde colho e não semeio

É rápida a conclusão.

Julgar que tudo é barato

E que o tudo vem no prato

Me garante a alienação.

Noutro mundo iluminado,
Solene, pseudo-sagrado,

Conclusão nem a anseio.

Não sei em que mundo vivo.

É caminho subjectivo?

Devo eu querer o do meio?

Trabalhemos o emprego

Fonte: Pexels

Implicare do Latim,

Enlaçar, juntar, assim

Quis outrora ela nascer.

E nós, em seu detrimento,

Despidos de pensamento

A olhamos perecer.

Tripalium, desde a Madeira

Fadada de tal maneira,

Sussurra ao seu amante;

Uma nação subalterna

Cuja sombra que a governa

do passado vem armante.

Dois signos da humanidade

Que nos dão a Liberdade.

Numa cadeia de União

Lutemos pela conquista

De uma Luz suada e Mista!

Verbo Humano! Luz da acção!