Eu sou da causa que me engrandece!
Eu sou teatro! Eu sou o número um!
Eu sou do Estado que em mim padece!
Eu sou dos bons! Dos progressistas!
Eu sou de bem, eu sou filantropo!
Desde que hajam fotos e revistas!
Eu sou o que os outros narcisistas
Precisam de ver em mim para estar no topo!
Eu ajudo este, eu ajudo todos!
Eu sou um pobre rico, acumulo a rodos!
Eu sou a terra! Eu sou o sol dos tolos!
Eu sou o dos doces e o dos bolos!
Eu sou o tempo que não tenho para dar.
Eu sou expectativa viúva, sem par.
Venham adorar-me pelo que digo ser!
Venerem-me pelo bonitinho que fabrico!
Endeusem-me os burros sem poder,
Coroem-me com um penico!
Eu sou o que tiver de ser
Para continuar a poder
Viver esta mentira.
Negligência, desprezo e ira
Ao próximo que não quero servir,
De quem me sirvo, até subir.
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