quinta-feira, 26 de dezembro de 2019
Por que amas?
Porque de ti esperas
O que ainda não és.
Porque de ti dás
O que ainda não tens.
Porque de ti extrais
O tudo que precisas.
Ainda assim não te guardas,
Não te sentas, nem respiras.
Não te escondes além fardas,
além merdas, além mentiras.
Amas porque ouviste que a vida é perecível.
Quem to disse foi ele.
Sacana que se mata para viveres até um dia.
Num voo de borboleta:
Instantes de ilusão para consumar a magia!
Sacana muscular e metafísico,
Perverso que bate e repete: "MORTAL!".
Aparentemente narcísico,
Mas porta para a entrega total...
Serás tu, coração simplório,
O responsável pela minha anulação?
Ou apenas meu bode expiatório,
Para um erro com perdão?
Onde está o equilíbrio entre as coisas?
Amor-serviço cheira a incenso,
A velho e naftalina!
Amor-próprio cheira a mau-senso,
A solidão cretina!
Amor isto! Amor aquilo!
Sem definição nem asilo,
Sem liberdade, nem sina!
Eu escolho um outro amor!
Um amor dentro de mim,
Mas para alguém!
E que venha a dor,
E, já que terei fim,
O prazer também.
Por que amas tu, afinal?
Por quem amas tu?
Para que amas?
Que amas?
Amas?
Não sei o que é o amor.
Mas gosto da ideia de poder tê-lo.
Coisa nenhuma que não seja se pode ter.
Poderá o amor ser ele próprio em algum momento?
Não creio que um vocábulo possa ser um sentimento;
Nem que um sentimento caiba em caracteres.
Sê-o tu! Antes de o teres! Se quiseres...
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