quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Natal Envergonhado



Já não há Natal.

Há outra coisa qualquer.

Boas festas, não têm mal:

Têm sacos, bytes e colher...


Há uma vergonha reprogramante,

Carnavalizada de tolerância,

Que sobrepõe num instante

O curto-prazo masturbado,

Agenda da gravatânsia,

À história e legado

Que perderam rosto para «um infante».


Já não é Feliz Natal.

São boas festas!

Já não é cerimonial

É, agora, social, 

Pseudo-inclusivo,

Já que a forma como eu vivo,

Com likes e votos atestas.


Já não há o Menino,

Há meninxs coitadinhxs das redes.

Já não há Virgem,

"Esse produto machista" das teses.

Step-dad há, mas é diferente.

Burros e vacas ficam na minha mente

Porque houve tempo na democracia

Em que qualquer um podia

Opinar e ser origem

De um diálogo benino.


Já não há Natal.

Há Festas!

«Não sejas radical,

Tens de abrir a quem não crê»

Já que todo o mundo vê

Cifrões em datas destas.


Já não há igrejas,

Há infraestruturas.

Já não há Igrejas,

Há memórias futuras.

Já não há moral,

Há conselhos de ética.

Doutrina castrante e patética,

Que encanhota Portugal.


"Não sejas assim, isto é Global,

Desejável e normal.

É natural da evolução,

Do progresso da nação."

Achas que alguém diria que não,

Ao 25 de Abril ou Ramadão,

Se tornarem símbolos do que não são,

Ou com nomes de reinvenção,

Em nome do tão vão

Voto ou tostão?


Não é que defenda o Natal,

Ou que não defenda.

Não é que me atravesse pela Igreja,

Pela fé, religiões ou tradição!

É por moral, ou ética sem conselho,

Das quais me orgulho desde fedelho.

Isto não é normal!

Não está à venda!

E por muito que a doutrina o deseje, e deseja,

Não está à venda. Para mim não!


Boas festxs, e tal...

Que possa ter significado devolvido.

Que se possa desejar, destemido,

Um Santo e Feliz Natal.

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