domingo, 28 de outubro de 2018

Quinta do avô

Cheiro o fumo da lareira,
Vejo ao fundo uma figueira,
O avô Pedro já se escuta...
Os portões em tons de mar,
Abertos para chamar
E demonstrar a conduta.

A Quinta lar da família,
"Lar do amor sem quezília",
Diz o velho avô perito.
Piqueniques dos vizinhos,
Mas as frutas e os vinhos
São de um grupo restrito.

Diferentes mas iguais,
Na quinta, os animais
São beleza e sustento.
Dão lã, couro e trabalho
Cartas menores no baralho,
Para um mero inatento.

O galo incompreendido,
Por acordar e ser ouvido.
Só pretende anunciar
A chegada de um dia novo,
E lembrar todo o povo:
"Está na hora de lutar".

Sem que se deixe contar,
O tempo nega parar
E o azul acinzentou.
Toda a vida outrora forte,
Está sujeita à sua sorte,
O reinado acabou.

No palheiro, o avô cansado,
E o cão-pastor a seu lado,
Que tenta não ser diferente.
Ladra e morde em todo lado
Pela raiva do passado.
Pobre cão impenitente.

Da quinta temos memórias,
De festas, heróis e glórias.
O Pedro merece alento,
E com o Rex contar histórias.
É tempo de novas vitórias:
É de outros o momento.

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