sexta-feira, 26 de abril de 2019

Via da Rosa


Uma espiral de veludo
De línguas para voar
E ensinar com perfume
Do sangue do herói mudo
Construtor que sobe ao cume
Sem ocupar o lugar.

Utopia ingrata, quero
Ser diferente e sou nada.
Flor que fui e secarei.
Não sou demónio nem clero
Não sou rosa nem sou rei
Sou cumpridor em cilada.

Cumpro ser o que me estorva.
Quis pouco, o que sou, ser.
Persegues-me sem piedade
Esperando que eu absorva
A noção da dualidade
De pensar e de fazer.

Rosa que és intangível
E és pesada como chumbo.
Rosa da androgenia.
Rosa do Zénite e Nível
Da força e da magia.
Em ti renasço e sucumbo.

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