Algures perto do umbral |
Ontem dei por mim ausente, à janela a olhar as coisas que existem, mas sem ver nada daquilo. Algures, entre os meus ouvidos, soava uma música repetitiva, com instrumentos de cordas, sopro e percusão. Senti um cheiro diferente, mas que não me era estranho. O cigarro mantinha-se meio aceso. Uma confusão, uma incerteza, enormes. Da janela, que até ali existia, estava sentado num degrau, livre do relento por um umbral igualmente feito de memória e pedra. Era noite, mas não era breu e estava quente. Era a rua um cruzamento no tempo onde nem só os tempos se cruzam. Nisto ouvi, doce e contemplativa, a palavra "gratidão" e em frente um templo feito em "tua" honra. Obrigado
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